Mais comumente, os sarcomas começam em um braço ou perna, mas podem ocorrer em qualquer parte do corpo. Uma localização peculiar é no retroperitîonio, região do abdome que fica por trás das vísceras abdominais.

A maioria das pessoas apenas nota um caroço que cresceu ao longo do tempo (ao longo de semanas ou meses), muitas vezes indolor. Em alguns casos, os tumores podem causar dor, obstrução intestinal ou sangramento digestivo.

Os principais sinais são:

• nódulo em desenvolvimento em qualquer lugar do corpo

• massa tumoral abdominal

• dor abdominal que piora com o tempo

Estes sinais e sintomas são inespecíficos, frequentemente provocados por outras doenças, mas mesmo assim devem ser investigados por um médico, para que a causa seja diagnosticada e, se necessário, iniciado o tratamento.

Obter um diagnóstico preciso é fundamental para obter os melhores cuidados para o sarcoma de tecidos moles. Ao se certificar de que o diagnóstico do tipo de sarcoma foi correto, é possível determinar a abordagem de tratamento mais eficaz para cada caso.

Diagnosticar sarcoma de tecidos moles não é simples. Sua complexidade exige exames de imagem, como tomografia computadorizada, ressonância magnética, ou mesmo um PET-CT para obter um quadro completo da doença.

O padrão ouro para o diagnóstico de sarcoma de tecidos moles é a biópsia. Nesse procedimento, se coleta uma pequena amostra do tumor para que um patologista (um médico especialmente treinado para diagnosticar doenças) possa examiná-lo ao microscópio.

Na grande maioria das vezes, a biópsia é realizada por punção, guiada por tomografia computadorizada. Importante salientar que uma biópsia por técnica ou local inadequado pode dificultar ou até comprometer o tratamento. Por serem tumores raros e muito heterogêneos, o diagnóstico nem sempre é fácil e técnicas adicionais quase sempre são necessárias, como a imunoistoquímica ou mesmo um teste de perfil molecular.

O tratamento do sarcoma é multimodal. Especialistas de todas as áreas de tratamento do sarcoma, em um time multidisciplinar, traçam um plano personalizado que pode incluir cirurgia, quimioterapia, radioterapia e abordagem de reabilitação, para melhor qualidade de vida do paciente. A sequência do tratamento também deve ser cuidadosamente planejada pela equipe multidisciplinar.

A cirurgia é o tratamento primário para o sarcoma de tecidos moles. Para garantir que o câncer não volte, é importante que os cirurgiões removam todo o tumor junto com uma pequena quantidade de tecido saudável ao redor do tumor.

A cirurgia de preservação de membro é uma abordagem de tratamento que permite que pessoas com sarcoma de tecidos moles em um braço ou perna evitem a remoção do membro. Hoje, graças aos avanços no tratamento, mais de 95% das pessoas com sarcoma de tecidos moles em um braço ou perna não precisam de amputação.

Durante um procedimento de preservação do membro, o cirurgião remove o tecido canceroso, a cartilagem ou osso. Algumas pessoas precisam de radioterapia, quimioterapia ou ambas antes da cirurgia.

Algumas pessoas precisam de cirurgia plástica ou reconstrutiva para reparar a área onde o tumor foi removido. Isso acontece ao mesmo tempo que a operação para remover o sarcoma. A cirurgia plástica ou reconstrutiva ajuda não só a restaurar a aparência cosmética, mas também a função física do corpo. Ele também pode ser usado para substituir a pele e reconectar nervos e vasos sanguíneos.

Os sarcomas do retroperitônio são um desafio maior, em razão de suas grandes dimensões e localização junto a vísceras ou estruturas vitais, como artéria aorta e veia cava. Cirurgias para remoção de sarcomas do retroperitônio são consideradas de altíssima complexidade e devem ser realizadas apenas em centros de referência, por equipes experientes e altamente especializadas.

Uma operação minimamente invasiva, como cirurgia laparoscópica ou robótica, pode ser uma opção para casos muito selecionados, especialmente aqueles com tumores estromais gastrointestinais (GISTs). Durante um procedimento minimamente invasivo, o médico realiza a mesma operação de uma cirurgia tradicional, mas usa ferramentas especiais que fazem várias pequenas incisões em vez de uma grande.

Se o sarcoma retornar após a primeira operação de câncer, pode ser possível curá-lo com outra operação. Outra opção é combinar a cirurgia com quimioterapia e radioterapia. Outra opção ainda pode ser a participação em ensaio clínico que tem como objetivo testar uma nova abordagem de tratamento para o sarcoma de tecidos moles. Existem estudos de terapias destinadas a atuar em mutações genéticas específicas que foram descobertas em tumores e imunoterapias, que podem estimular o sistema imunológico a atacar o câncer.