O risco de desenvolvimento do câncer de pâncreas aumenta com o envelhecimento, por isso ele é mais frequente em pessoas acima dos 55 anos.

Apesar de não haver ainda uma comprovação científica da causa exata do câncer de pâncreas, vários fatores podem ser indicativos para o risco de desenvolver a doença.

Dentre os fatores de risco hereditários, que representam algo em torno de 10% a 15% dos casos, estão as síndromes hereditárias dos genes BRCA1, BRCA2 e PALB2 relacionadas ao câncer de mama e de ovário hereditários; síndrome de Peutz-Jeghers; síndrome de pancreatite hereditária; e a síndrome de Lynch. Nesses casos, paciente e família devem passar por avaliação de equipe de oncogenética.

Já os fatores de risco não hereditários, são: tabagismo, obesidade, diabetes tipo 2, pancreatite crônica e exposição a algumas substâncias cancerígenas, como amianto, pesticidas, corantes, agrotóxicos.

O câncer de pâncreas em seus estágios iniciais é assintomático e quando os sintomas surgem eles podem ser confundidos com os de outras doenças, como hepatite, cálculos biliares e outros problemas hepáticos.

Entre esses sintomas estão:

• Icterícia (amarelamento da pele ou da parte branca dos olhos)

• Urina escura e fezes de cor clara

• Dor no abdome ou nas costas, na região da lombar

• Sensação de queimação no estômago e empachamento

• Náusea, vômito e perda de peso inexplicável

• Cansaço

• Perda de apetite

• Perda de peso inexplicável

• Aparecimento repentino de diabetes tipo 2

• Aumento da vesícula biliar

O fato do pâncreas estar localizado atrás de vários outros órgãos, torna o diagnóstico mais desafiador, assim como a ausência de sintomas no início da doença.

Para o diagnóstico, geralmente, são necessários alguns exames, entre eles: exames de sangue incluindo marcador tumoral CA 19.9, níveis elevados desse marcador podem indicar a presença de câncer pancreático; exames de imagem, como a tomografia, a ressonância magnética, a ultrassonografia endoscópica, a colangiopancreatografia endoscópica retrógrada e a biópsia que vai confirmar ou não o diagnóstico do câncer de pâncreas e determinar o estadio da doença.

A definição do tratamento vai depender do estadiamento da doença, da localização do tumor e do estado clínico do paciente. Quanto mais precoce for o diagnóstico, maiores serão as chances de sucesso no tratamento.

Quando o tumor está localizado, ou seja limitado ao pâncreas, geralmente, é recomendada a cirurgia seguida de quimioterapia, radioterapia ou ambas. As cirurgias que podem ser realizadas são: a duodenopancreatectomia, que é a retirada do duodeno, cabeça do pâncreas, vesícula biliar, ou a pancreatectomia corpo caudal, que é a retirada do corpo e da cauda do pâncreas e do baço.

No caso de tumores localmente avançados, ou seja, casos em que o tumor se espalhou para vasos sanguíneos e nódulos linfáticos, a cirurgia normalmente não é uma opção imediata, mas pode ser possível após a quimioterapia e a radioterapia.

Para o tratamento do câncer metastático, geralmente, indica-se a quimioterapia e radioterapia para minimizar o desconforto e melhorar a qualidade de vida.