O câncer de estômago tem vários fatores de risco conhecidos. Alguns não controláveis (fatores de risco modificáveis) outros não (fatores de risco não modificáveis).

Dentre os modificáveis, destaca para a importância da dieta equilibrada e escolhas de estilo de vida. Fumar e consumir álcool pode aumentar o risco, assim como consumir alimentos salgados, defumados ou em conserva. Alguns estudos também indicam que uma dieta pobre em um mineral chamado selênio, presente em várias nozes, peixes e carnes, pode aumentar o risco de contrair a doença.

As doenças que reduzem o nível de ácido no estômago podem aumentar o risco de desenvolver câncer gástrico. Isso inclui o distúrbio autoimune anemia perniciosa e uma doença rara chamada doença de Ménétrier, que causa o crescimento de grandes dobras no estômago.

A infecção pela bactéria Helicobacter pylori, que pode causar inflamação crônica na camada interna do estômago, também pode levar ao desenvolvimento de tecido pré-canceroso e linfoma gástrico em alguns casos.

Outro fator de risco importante é se houver casos da doença em parentes próximos ou se for de ascendência asiática, europeia ou sul-americana. Por razões que ainda não estão claras, as pessoas com sangue do tipo A também correm maior risco.

As doenças hereditárias que podem aumentar o incluem:

• polipose adenomatosa familiar (FAP)

• câncer gástrico difuso hereditário (HDGC)

• síndrome de Peutz-Jeghers (PJS)

• câncer colorretal hereditário não polipose, também chamado de síndrome de Lynch

• mutações em certos genes, como BRCA1, BRCA2 ou CDH1

O câncer de estômago costuma evoluir de forma silenciosa, não tendo os sinais facilmente percebidos nos estágios iniciais. Os sintomas, que podem incluir dor de estômago e desconforto geral no estômago, são bastante comuns e geralmente não estão relacionados a nada sério. Por exemplo, uma dor de estômago pode ser confundida com indigestão ou um vírus estomacal. Por essas razões, diagnosticar o câncer de estômago em seus estágios iniciais pode ser um desafio.

Alguns sintomas que podem ser causados ​​por câncer de estômago quando está nos estágios iniciais incluem:

• dor de estômago constante, indigestão ou desconforto

• azia

• inchaço, especialmente depois de comer

• náusea leve

• perda de apetite

• fadiga

À medida que o câncer de estômago se torna mais avançado, os sintomas se tornam mais proeminentes e perceptíveis. Eles podem incluir:

• perda de peso inexplicada ou não intencional

• vômito após as refeições

• dor de estômago, especialmente após as refeições

• dificuldade em engolir

• fraqueza

• arrotos

• acúmulo de fluido ao redor do estômago (chamado ascite)

• desenvolvimento de uma tonalidade amarela na pele ou na parte branca dos olhos (chamada icterícia)

• exames de sangue que mostram anemia

• uma úlcera estomacal persistente

Esses sintomas, por serem inespecíficos, podem estar relacionados a uma condição diferente, não relacionada ao câncer de estômago. No entanto, se observar algum deles, busque avaliação médica para descartar qualquer suspeita.

Dieta equilibrada, não fumar e evitar o consumo exagerado de bebidas alcoólicas são atitudes importante para prevenção do câncer de estômago. Os especialistas recomendam um cardápio rico em frutas e vegetais e pobre em carnes vermelhas, alimentos defumados, muito salgados e embutidos (salsicha, linguiça, etc.). Exercícios físicos e controle do peso também são recomendados

Ao contrário de outros tipos de tumores, como de mama, próstata, colo do útero e colorretal, para os quais existem exames rotineiros que possibilitam o diagnóstico precoce, não há no Brasil programas de rastreamento voltados ao câncer de estômago. Assim, é importante ficar atento aos sintomas que podem indicar a presença da doença e, caso os observe, procurar o seu médico.

O diagnóstico inicial e preciso de câncer de estômago é fundamental para se determinar a melhor abordagem de tratamento. As melhorias em nossa capacidade de identificar diferenças sutis, mas importantes, entre os vários tipos de câncer de estômago, também influenciam a eficácia com que a equipe multidisciplinar será capaz de tratar a doença.

O principal exame é a endoscopia, no qual o médico insere um tubo fino e iluminado (um endoscópio) na boca, no esôfago e no estômago, enquanto o paciente está sedado ou sob anestesia. O endoscópio permite que o médico observe o revestimento interno da parede do estômago. Também pode ser usado para coletar uma amostra de qualquer área que seu médico deseja que seja analisada por um patologista (um médico especialista em diagnóstico de doenças).

Para o melhor estadiamento da doença, podem ser indicados exames como tomografia computadorizada, PET-CT, ultrassom endoscópico e estadiamento por laparoscopia.

A evolução no entendimento do perfil da doença e das modalidades terapêutica possibilitam que o câncer de estômago seja mais tratável, com opção curativa, do que em outras décadas.

A cirurgia (gastrectomia) é a abordagem de tratamento mais comum, especialmente quando a doença está em um estágio inicial. Para muitas pessoas com câncer gástrico, as técnicas cirúrgicas minimamente invasivas fornecem a melhor opção, pois tendem a levar a menos complicações, tempos de recuperação mais curtos, menos necessidade de alívio da dor e risco reduzido de retorno do câncer em comparação com as cirurgias abertas. A abordagem clínica inclui quimioterapia, terapias-alvo, imunoterapia e radioterapia.

Para a definição do plano terapêutico as variáveis analisadas são a localização do câncer, a profundidade dele no estômago, se ele se metastatizou (se espalhou) para outras partes do corpo e tratamentos anteriores.