Quais as inovações no tratamento do câncer colorretal?
- ctocomunicacaointe
- 24 de jan.
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O câncer colorretal abrange os tumores malignos que podem acometer o cólon (intestino grosso) e o reto. Em termos de tratamento, inovações têm surgido em todos os âmbitos: no cenário cirúrgico e no contexto clínico.

A introdução da cirurgia laparoscópica, ainda na década de 1990, foi um marco. Em termos de tecnologia cirúrgica, atualmente, a robótica é a mais avançada. Para o paciente, a cirurgia robótica reduz o risco de infecções e de complicações e o tempo de internação, além de possibilitar uma recuperação mais rápida. Naturalmente que a forma de cirurgia a ser utilizada depende da avaliação do cirurgião oncológico sobre o tipo, tamanho e localização do tumor, como também do quadro de saúde do paciente.
Terapia Neoadjuvante, imunoterapia e terapia-alvo para o câncer colorretal
Entre outros avanços já alcançados no tratamento de câncer colorretal, a Terapia Neoadjuvante Total (TNT), com estudos publicados em 2020, mudou o paradigma do tratamento, especialmente no caso de câncer de reto, com objetivo de evitar a progressão da doença, a amputação do reto e a colostomia definitiva.
A TNT mudou o esquema terapêutico desses pacientes, que eram tratados com quimioterapia e radioterapia simultaneamente, seguido de dois meses sem qualquer tratamento. Depois desse período, eram submetidos à cirurgia e, na sequência, mais quimioterapia. Com a TNT, a quimioterapia pós-cirúrgica foi deslocada para o período dos dois meses antes do procedimento. Esse esquema se revelou um avanço significativo, com maior controle da doença e menor risco de metástase.
A imunoterapia, que estimula o organismo a identificar as células tumorais e atacá-las com medicamentos que modificam a resposta imunológica, também demonstrou nos últimos anos que pode ser uma opção para casos selecionados de câncer colorretal, especialmente os metastáticos.
A terapia-alvo, que usa medicamentos para atacar células cancerígenas específicas, preservando as células saudáveis, também entrou no arsenal de tratamento do câncer colorretal. Já há medicamentos sendo utilizados e, ao mesmo tempo, pesquisadores estudam melhores formas de administração e novas possibilidades desses medicamentos
Radioterapia e o câncer colorretal
A radioterapia entrou para o arsenal do tratamento de câncer de reto baixo. Nessa região de difícil acesso, o desafio é operar o paciente, garantindo margens livres de câncer e, simultaneamente, preservar o esfíncter anal para que ele não fique com uma colostomia definitiva. Estudos revelaram que um percentual significativo desses pacientes submetidos à radioterapia pré-operatória, com ou sem quimioterapia concomitante, apresentaram reposta tumoral completa nos exames de imagem, o que levou à possibilidade de não os operar.
Em 2020, um estudo relevante demonstrou que um esquema de radioterapia mais longo concomitante à quimioterapia, aumentou ainda mais as chances desses pacientes não terem que realizar cirurgia. São pacientes que ficam em um seguimento muito rigoroso para detectar qualquer evidência de recidiva do câncer e a necessidade de cirurgia.
Em linhas gerais, pode-se dizer que o tratamento do câncer colorretal tem caminhado nos últimos anos, sempre suportado por estudos científicos, para uma abordagem cada vez mais personalizada. Infelizmente, são recursos que ainda não estão disponíveis para a totalidade dos pacientes acometidos pelo câncer colorretal. Nem todos estão no Sistema Único de Saúde (SUS) e a maioria deles têm um custo elevado, proibitivo para a maioria da população.